Indicador mostra que 27% dos brasileiros estão otimistas com economia. Para 46%, situação financeira não é boa nem ruim e maioria espera uma melhora para os próximos seis meses.
O fim do ano se aproxima, mas o consumidor ainda não demonstra a mesma confiança que tinha nos primeiros meses de 2019. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor marcou 47,2 pontos em novembro, abaixo do registrado em janeiro de 2019, que foi de 49,0 pontos. Já na comparação com outubro, o índice ficou um pouco acima (46,6 pontos) e também superou os resultados novembro de 2018 (46,2 pontos). Pela metodologia, o indicador varia de zero a 100, sendo que somente resultados acima de 50 pontos mostram uma percepção otimista do consumidor.
A frustração com a lentidão na retomada econômica ainda é evidente quando se avalia o quadro atual. Em termos percentuais, apenas 9% dos consumidores consideram o momento da economia bom. Os principais motivos apontados são: maior otimismo das pessoas com a economia (55%), expectativa de queda da inflação para os próximos meses (45%) e redução das taxas de juros (43%). Em contrapartida, seis em cada dez (66%) consumidores acham o cenário econômico ruim. Neste caso, as principais razões estão ligadas a uma percepção de alta dos preços dos produtos e serviços (66%), ao desemprego alto (65%) e às elevadas taxas de juros (30%). Enquanto 25% mostram-se neutros.
Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, mesmo com a recuperação da economia em curso, os consumidores ainda lidam com efeitos da crise, como o endividamento, o achatamento da renda e os altos níveis de desemprego no país. “O que se espera é que ao longo dos próximos meses, o anúncio de uma agenda positiva consiga aumentar o quadro da confiança, recuperando o desgaste que se observou ao longo deste ano”, analisa.
27% dos brasileiros acreditam na retomada da economia para os próximos seis meses; 42% não estão pessimistas nem otimistas
No horizonte dos próximos seis meses, a expectativa é mais animadora: 27% dos consumidores estão otimistas com o futuro da economia. E os principais motivos desse bom humor são: percepção de melhora nos indicadores econômicos (38%), o fato de concordarem com as medidas econômicas adotadas pelo governo (36%) e a crença de uma maior estabilidade política (34%).
Por outro lado, 27% consideram-se pessimistas por terem a sensação de que os preços continuam subindo (49%) e o desemprego segue elevado (44%). Há também os que discordam das medidas econômicas do governo (42%), os que se sentem receosos em relação às instabilidades políticas (32%) e os que acreditam que as leis e instituições não favorecem o desenvolvimento do país (26%). No entanto, a maioria dos consumidores (42%) não está pessimista nem otimista.
“Após meses de revisões de crescimento econômico para baixo, o cenário mostra-se um pouco mais otimista diante da aprovação da reforma da Previdência e as discussões sobre mudanças no sistema tributário”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Maioria dos brasileiros avalia como regular vida financeira atual, mas 57% acreditam que situação deve melhorar nos próximos seis meses
Quando se trata da própria vida financeira, a maioria (46%) dos consumidores considera sua situação regular, ou seja, nem boa nem ruim. Por outro lado, 37% têm uma percepção negativa e apenas 17% avaliam sua vida financeira como boa. Entre os que avaliaram sua condição como ruim, o principal motivo está relacionado ao alto custo de vida (60%), seguido do desemprego (30%) e da redução da renda familiar (26%). Em contrapartida, os que afirmam estar com uma boa situação financeira justificam pelo fato de terem conseguido pagar as contas em dia (50%), controlar as finanças (44%), obtido aumento nos rendimentos (23%) e ter uma reserva financeira (22%).
Ao investigar o que os brasileiros esperam para os próximos seis meses, a sondagem descobriu que seis em cada dez (57%) estão bastante otimistas com a vida financeira. Essa expectativa de melhora deve-se à crença na recuperação da situação econômica do país (39%), na esperança de conseguir um aumento na renda ou um novo emprego (31%). Outras razões apontadas foram: boa gestão das finanças (28%) e investimento na carreira para alcançar boas oportunidades (20%). Já 18% não souberam explicar motivo desse sentimento de melhora.
Em contrapartida, 11% dos consumidores afirmam estar pessimistas com a vida financeira. O principal motivo é a crença de que a situação do país pode piorar (67%), seguido pelo fato de não ter perspectiva de uma nova colocação ou de aumento na renda (25%), medo do desemprego (13%) e por estarem inadimplentes (12%). Outros 12% não sabem ao certo o motivo desse pessimismo. Além desses, 29% acreditam que a situação financeira não será boa nem ruim.
Mesmo com queda da inflação, alto custo de vida é a principal queixa dos consumidores. Desemprego e endividamento pesa na vida das famílias
Ainda de acordo com o levantamento, o que mais tem pesado na vida financeira das famílias é o alto custo de vida, em razão do alto preço dos produtos e serviços (54%). O desemprego (17%) e o endividamento (14%) aparecem logo em seguida. A sondagem indicou que para 60% dos consumidores a inflação cresceu, enquanto para 25% manteve-se estável e para 9% houve uma queda. Na visão dos brasileiros, as despesas que mais subiram foram com conta de luz (91%), supermercados, padaria e mercearia (86%), combustíveis (83%), medicamentos (76%) e vestuário (73%). Além disso, a maioria (58%) dos consumidores afirma não gastar além do seu orçamento. Já os que dizem passar do limite, 13% gastam, em média, R$ 623,40 a mais do que deveriam.
Outro dado mostra que para 44% dos consumidores, as oportunidades de emprego devem ser as mesmas nos próximos seis meses, enquanto 33% acreditam que serão maiores e 14% que serão menores. O otimismo com o emprego, que vinha crescendo até janeiro de 2019, passou a cair desde então, refletindo a queda geral da confiança. No início do ano, 48% apostavam em mais oportunidades para o próximo semestre em relação a novembro de 2018.
“O crescimento econômico acabou vindo abaixo do que se previa no início do ano, e por isso, a confiança demonstrada pelos consumidores nos primeiros meses não se sustentou. A boa notícia é que os indicadores mais recentes mostram o início de aceleração da atividade econômica, que associado à agenda de reformas, poderá impactar a confiança nos próximos meses”, pondera Pellizzaro Junior.
Metodologia
Foram entrevistados 800 consumidores, a respeito de quatro questões principais: 1) a avaliação dos consumidores sobre o momento atual da economia; 2) a avaliação sobre a própria vida financeira; 3) a percepção sobre o futuro da economia e 4) a percepção sobre o futuro da própria vida financeira. O Indicador e suas aberturas mostram que há confiança quando estiverem acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica falta de confiança.
SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.
CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.
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